Vinte e dois anos após o desencarne Padre Jorge se comunica através de uma médium.


            Aconteceu na tarde do dia 09/04/2011. Notei que durante o encerramento do estudo do Livro dos Espíritos mais uma vez Maria Antonia psicografava.
            Quem seria desta vez? Pensei comigo mesma. A seguir pedi para que lesse a mensagem e ela, com aquela humildade que lhe é peculiar, começou:
                  “Quem é você? Identifique-se, por favor.”
             Certamente fora um dos irmãos espirituais que nos auxiliam nessa tarefa que fizera a pergunta.
            -“Ora essa, ora essa! Cáspita!!! Eu sou um espírito amigo me fazendo presente a este recinto de paz e amor.”
            “Vim da Itália. Deixei meus pais, minha família, minha gente, para vir cuidar das ovelhas desta cidade que me recebeu de braços abertos há várias décadas...”
            A essa altura já sabíamos quem assim se comunicava. Era o Padre Jorge, sem sombra de dúvida.
            Giorgio Musizzano, filho de Giorgio Musizzano e Ansaldi Marguerith nasceu na cidade de Torre Mondovi,  pertencente à Diocese de Mondovi, paróquia de São Luigi Gonzaga na Itália, em 22 de março de 1919.
            Entrou para o Seminário Menor de VicoForte em 1932. Em 1944 conclui o curso de Teologia assumindo a seguir a paróquia de Santa Maria.
            Chegou ao Brasil em 02 de Novembro de 1949 a convite de Sua Excia, o bispo D. José de Aguirre e em 1952  assumia a paróquia de Piedade onde permaneceu até 15 de fevereiro de 1989, dia em que deixou o corpo material após longo período de enfermidade.
             O jornal – O Regional – noticiou sua passagem, acrescentando que o prefeito José Tadeu de Resende decretou feriado municipal e que milhares de pessoas acompanharam o idoso servo de Deus até a Capela de Santo Antonio, onde foi sepultado.
            Certa vez, muito confidencialmente padre Jorge contou a Adalberto Becker, um seu paroquiano e amigo que durante a 1ª guerra mundial, em seu país de origem fora amarrado em um poste, chicoteado e viria a ser fuzilado não fosse, segundo ele, solto, por um milagre dos céus. Quem o mandara soltar? Não sabia.
            Lembro-me muito bem do padre Jorge. Antes de me tornar espírita eu fora católica fervorosa. Foi ele quem realizou o meu casamento em 1957...
            Maria Antonia prossegue a leitura:
            “Deixei muitos amigos em Piedade. Sinto saudade de todos, daquele convívio saudável...”
            “Lembro-me dos casamentos e batizados realizados, dos amigos que assisti em seu último sopro de vida, das festas religiosas, das procissões...”
            “Mas, como tudo deve chegar a um final a doença apareceu. No começo foi difícil aceitá-la. Eu era moço ainda e queria viver, trabalhar, orientar paroquianos, celebrar missas, ouvir confissões e perdoar em nome de Deus.”
            “Aos poucos, porém, fui aceitando e desligando-me desse mundo. Ao chegar deste lado fui acolhido por amigos sacerdotes. Continuo estudando, aperfeiçoando-me talvez para um novo reencarne. Quem sabe??”
            “Antes de finalizar quero confessar que estou muito preocupado com os jovens que abusam do álcool e das drogas. Por misericórdia, livrem-se disso! Coloquem Deus em seus corações! Deixem de pensar somente em bens materiais, em carros, motos, dinheiro, poder, porque nada disso trazemos para cá. O que conta é a bagagem espiritual, o amor ao próximo começando pelos pais, professores, idosos e crianças”
            “Semeiem  em seus corações a semente da paz, da esperança, do amor e da caridade.”
            “Neste período da quaresma reflitam, mentalizem a figura radiosa de Jesus e coloquem Deus em suas mentes e corações. Rezem e reflitam!”
            “Valorizem no dia a dia suas vidas, essa dádiva recebida do nosso Pai. Orai e vigiai. Recebam as bênçãos de Deus”
            “Abraços Afetuosos”

Padre Jorge

Vilma Damásio

           
           

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