ARREPENDIMENTO E REPARAÇÃO


                                                                      
Qual a conseqüência do arrependimento no estado corpóreo?
- Adiantar-se ainda na vida presente, se houver tempo para a reparação das
faltas. Quando a consciência reprova e mostra uma imperfeição, sempre se
pode melhorar.(“O Livro dos Espíritos” questão nº992).



Sem dúvida, uma das maiores contribuições da filosofia Espírita
para o aperfeiçoamento do espírito encarnado é a idéia de
reparação do mal; não basta o arrependimento na tomada de
consciência do que se fez de maneira equivocada: Torna-se
indispensável anular os efeitos negativos da ação praticada.
Antes, o homem vivia na crença primitivista de que lhe bastaria o
arrependimento, com a confissão dos males cometidos, ainda que
fosse no derradeiro instante da vida no corpo, para que não
encontrasse obstáculos em seu desejo de ganhar o Céu, após a
morte... Tal concepção absurda, por séculos e séculos, impediu que
ele se movimentasse no sentido de auto-superar-se. Acreditando no
que as religiões dominantes lhe ensinavam, o homem demandou o
Mundo Espiritual em lastimável situação íntima; por este motivo
durante múltiplas existências, marcou passo na senda da evolução,
entrando e saindo do corpo sucessivas vezes, quase sem nenhum
progresso efetuado...
Com a noção espírita de responsabilidade extrapolando os limites
do remorso, o ser encarnado tem começado a compreender que se
torna imprescindível anular o sentimento de culpa por uma ação
oposta e contrária, ou seja, para se debelarem as trevas do mundo
íntimo, indispensável fazer luz.
Os que, pelo menos já se arrependem, antes que a desencarnação
os visite, dos erros perpetrados na vida presente, facilitam os seus
caminhos na vida além da morte e se predispõem ao renascimento
nas circunstâncias que lhe permitam o reajuste.
Não raro, leva-se mais tempo para admitir-se o erro e assumi-lo
do que propriamente repará-lo; existem espíritos que consomem
muitas vidas no corpo para que a bênção do arrependimento os
favoreça!...
Quando de livre iniciativa, o homem opta pelo ressarcimento de
uma dívida social contraída, são muitos os que se dispõe a auxiliá-lo
e, de certa forma, lhe facilitar a quitação; a Lei Divina, sempre
magnânima, não se mostra insensível aos esforços dos espíritos que
querem se redimir, permitindo-lhes inclusive, em determinadas
circunstâncias converterem os seus débitos, de pronto, em suor
vertido no bem dos semelhantes.
O canal de reparação com as leis que nos presidem os destinos
está sempre aberto – Somos nós que nos recusamos ao
entendimento, olvidando que, assim, não nos resta alternativa a não                                                            ser a de nos submetermos aos decretos da justiça Divina,
arcando com todo o peso de nossas mazelas.
Na questão de nº 1.000, de “O Livro dos Espíritos”, respondendo
ao codificador os benfeitores espirituais asseveraram: “A perda de
um dedo, quando se presta um serviço, apaga maior número de
faltas do que o cilício suportado durante anos, sem outro objetivo
que o bem de si mesmo. O mal não é reparado senão pelo bem, e a
reparação não tem mérito algum, se não atingir o homem no seu
orgulho ou nos seus interesses materiais”. Portanto, a reparação                                                           do mal deve, em última análise, provocar no espírito uma                                                           transformação, que lhe será tanto mais profunda
quando mais esforços necessite empreender no tentame.

Se teus olhos forem bons...- Carlos A. Baccelli -Irmão José

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