As pessoas que alimentam vícios fazem mal a si mesmas.
Todos sabem que os vícios são prejudiciais à saúde e nós temos o dever de cuidar do
corpo, que é instrumento da nossa evolução. Quando nos descuidamos da saúde e não
tratamos devidamente do corpo; quando desenvolvemos vícios ou praticamos excessos de
qualquer natureza, ao chegarmos no mundo espiritual, através da morte, podemos ser
considerados suicidas inconscientes e sofreremos com essa situação.
Se os vícios produzem perturbações e sofrimentos aqui na Terra, pior será depois do
desencarne (morte), porque eles se enraízam no corpo espiritual (perispírito). Esse corpo é
semelhante ao físico, aliás, é a sua matriz. Pelo que dizem os espíritos, durante a gestação
a formação do feto é orientada pelos moldes existentes na mente da gestante, pelos fatores
genéticos e, principalmente, pelo modelo perispiritual do próprio reencarnante. Nesse
detalhe está a explicação para muitas doenças e deformidades congênitas.
Informam ainda que, ao desencarnar uma pessoa viciada, seu vício não se acaba junto
com o corpo carnal e, na outra dimensão, ou seja, no mundo espiritual, seus desejos se
tornam muito mais intensos porque o perispírito, livre do corpo de carne que o abafa, é um
organismo de grande sensibilidade. Assim, o desejo de saciar o vício transforma-se em
verdadeira tortura.
Muitos espíritos de viciados acabam encontrando maneiras verdadeiramente abjetas de
se saciarem através de pessoas encarnadas que se entregam aos mesmos prazeres. Nesses
casos, alguém que foi viciado, digamos em álcool, aproxima-se do beberrão encarnado,
encosta-se nele, envolve-se com ele de maneira a conseguir sugar a parte etérica do álcool
e assim, de certa forma, saciar seu próprio desejo. É por isso que muitas pessoas bebem até
cair, num descontrole total, sem forças para vencer o vício. É verdade também que no caso
dos alcoólatras há sempre um comprometimento de vidas passadas, que deixou seus
perispíritos com esse tipo de predisposição.
O mesmo acontece com relação ao fumo, às drogas e até mesmo ao sexo.
Mas, há também os vícios de natureza moral, tais como a inveja, a cobiça, o egoísmo, o
desamor, a leviandade, a desonestidade, a crueldade, a mentira e tantos outros, que geram
sofrimentos depois da morte, por reterem seus portadores em zonas inferiores do mundo
espiritual.
É, pois, muito importante libertar-se de todo tipo de viciações o quanto antes,
trabalhando pela reforma interior, para que o retorno ao mundo espiritual pelas portas da
morte, venha a ser uma ocorrência feliz, podendo reencontrar velhas amizades e desfrutar
da paz e da felicidade que as dimensões espirituais mais elevadas proporcionam.
Mas isto não significa que alguém deva viver à parte do mundo, sem cultivar prazeres.
Estes são muito importantes porque, junto com a satisfação das necessidades elementares
da existência, formam o mais forte instrumento ou alavanca da vida e da própria evolução.
A necessidade empurra e o prazer atrai. O que mais motiva o ser humano nos seus passos,
em suas ações, se não a necessidade e o prazer?
Os prazeres, na verdade, são forças da vida que nos impulsionam para o progresso
material. Mas, como em tudo, é preciso ver quais beneficiam e quais prejudicam. Isto me
faz mal? Pode me prejudicar aqui na Terra ou no mundo espiritual depois do meu retorno
para lá? Pode prejudicar outras pessoas ou lhes trazer algum tipo de sofrimento? Pode
trazer prejuízos à natureza, ao meio ambiente?
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