O nascimento é, em geral, esperado com alegria; ao passo
que a morte é recebida com angústia e lágrimas. No entanto, esses
dois acontecimentos, que provocam reações opostas, estão de tal
modo identificados que um é o complemento do outro.
Que é o nascimento de uma criança? – Nada mais do que a
encarnação de um Espírito, ou seja, um fenômeno de
humanização, união temporária do Espírito à matéria.
O Espírito não é resultado da concepção. Como é o corpo,
este retrata a hereditariedade, boa ou má, dos progenitores;
enquanto que o primeiro tem sua gênese na Fonte Eterna da Vida,
que é Deus. “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido
do Espírito é Espírito”.
Qualidades morais e intelectuais não se herdam. Mas, cada
Espírito tem seu grau de adiantamento próprio – conquistado
pelas suas experiências e pelo seu esforço, através de suas vidas
anteriores.
Isso é demonstrado pelas diferenças psíquicas e
psicológicas, existentes entre os homens e até entre os filhos de
uma mesma célula familiar, criados no mesmo ambiente e
recebendo idênticas influências e educação.
E quando o homem morre, o que se passa com ele?
Simplesmente o Espírito “desencarna”, despindo-se da pesada
libré que havia envergado ao nascer.
Nascimento e morte são fenômenos naturais, correlativos e
conexos. Ninguém morre sem haver nascido; ninguém nasce sem
haver morrido. O nascimento no plano físico é a morte no astral, e
vice versa.
O Espírito que se humaniza no plano físico é uma luz que se
apaga no céu, para acender-se na Terra; e o homem que morre no
mundo material é uma luz que passa a brilhar nas esferas
invisíveis.
Nascer e morrer são consequências necessárias da lei do
fluxo e refluxo da Vida, sob as formas organizadas em seu curso
natural de atividade contínua e progressiva.
A existência física do homem representa um estágio de seu
Espírito, cuja duração – mais ou menos longa – depende de
circunstâncias que melhor correspondam às altas finalidades do
seu aprimoramento.
A morte do ponto de vista do aniquilamento é pura ilusão.
Porém, tem sido uma miragem fatal, que desnorteia os viandantes
perdidos nos áridos desertos do negativismo materialista.
Sucedem-se o nascimento e a morte no ritmo eterno da
evolução, assim como se seguem os dias e as noites no ritmo da
rotação planetária.
Luz em gotas - Gilberto Pontes de Andrade -Vanger
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