REFLEXÃO



Nestas épocas do ano, onde o calendário cristão-católico (e o católico aqui, refere-se à religião e não ao universalismo ), nos remete à comemorações de cunho religioso, cabe a nós espíritas, refletirmos sobre o nosso posicionamento e comportamento diante de tais eventos. Antes de me decidir a escrever estas linhas, busquei algum texto espírita à respeito da Páscoa e confesso ter encontrado pouquíssima referência sobre o assunto e os que li me deixaram a refletir...
Em primeiro lugar, como espírita cabe a mim respeitar toda e qualquer manifestação religiosa, obviamente desde que esta manifestação não seja agressiva, preconceituosa, destrutiva ou imoral. Não vejo razão para não desejar Feliz Páscoa para os que assim expressam o seu entendimento a respeito da semana-santa, e tenho um modo bem particular de vivenciar estes dias: reflexão!
Se o meu Deus é o mesmo Deus de todos os seres humanos, e isso independentemente dos outros crerem ou não, cabe a mim respeitar os irmãos de jornada e de tantos outros credos. Minha essência espiritual (origem) é a mesma deles. O Deus que habita em mim é o mesmo que habita em todos eles (Essência Divina). O meu Cristo interno (aquele que serei segundo os preceitos de progresso do espírito) tem a mesma essência de todos os meus irmãos que um dia haverão de manifestar este mesmo ser Crístico.
Não podemos condenar qualquer preconceito, sendo preconceituosos.
Em particular, desde criança não me agradava ver Jesus sofrendo. E eu uso aqui o gerúndio pois que o Seu sofrimento se repete a cada ano, pelo menos na mente de grande parte das pessoas, quando na verdade quem deve morrer todos os anos (todos os momentos!) é o "homem velho" que ainda habita em nós e nos impede de manifestarmos em plenitude o nosso Cristo. Ação! Vê-Lo morto todos os anos representa o nosso fracasso diante do Amor com que Ele nos alimenta. É como se nada adiantassem todas as missas, cultos, reuniões, sessões, rituais, evangelhos públicos, etc., Ele morre todo ano! O ano todo! EM VÃO!
O atitude Dele é expressão de amor e compaixão, e é esta atitude que deve nos nortear. Auto-amor e e auto-compaixão, devidamente alicerçados em nós e espalhados para todos sem obstáculos religiosos, preconceituosos ou rótulos.
O Amor deve prevalecer acima de tudo. E se assim for, Ele não precisará continuar morrendo.

Namastê !
Kumbaiá !
Tenaad Aleikum!
Maranata!
Feliz Páscoa!

Samir Jabbour

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