AGRADECER



“E sede agradecidos.”
Paulo (Colossenses, 3:15) 

É curioso verificar que a multidão dos aprendizes está sempre interessada
em receber graças, entretanto, é raro encontrar alguém com a disposição de ministrá­-las. Os recursos espirituais, todavia, em sua movimentação comum, deveriam obedecer ao mesmo sistema aplicado às providências de ordem material. No capítulo de bênçãos da alma, não se deve receber e gastar,
insensatamente, mas recorrer ao critério da prudência e da retidão, para que as possibilidades não sejam absorvidas pela desordem e pela injustiça. É por isso que, em suas instruções aos cristãos de Colossos, recomenda o  apóstolo que sejamos agradecidos. Entre os discípulos sinceros, não se justifica o velho hábito de manifestar 
reconhecimento em frases bombásticas e laudatórias. Na comunidade dos trabalhadores fiéis a Jesus, agradecer significa aplicar  proveitosamente as dádivas recebidas, tanto ao próximo, quanto a si mesmo. Para os pais amorosos, o  melhor agradecimento dos filhos consiste na
elevada compreensão do trabalho e da vida, de que oferecem testemunho. Manifestando gratidão ao Cristo, os apóstolos lhe foram leais até ao último  sacrifício; Paulo de Tarso recebe o apelo do Mestre e, em sinal de alegria e de amor, serve à Causa Divina, através de sofrimentos inomináveis, por mais de trinta anos sucessivos. Agradecer não será tão­ somente problema de palavras brilhantes; é sentir a grandeza dos gestos, a luz dos benefícios, a generosidade da confiança e corresponder, espontaneamente, estendendo aos outros os tesouros da vida.

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