FAZER LUZ

Indubitavelmente, nem sempre a fé acompanha a expansão da cultura, tanto quanto nem sempre a cultura consegue altear-se ao nível da fé. 

Um cérebro vigoroso pode elevar-se a prodígios de cálculo ou destacar-se nos mais entranhados campos da emoção, portas a dentro dos valores artísticos, sem entender bagatela de resistência moral diante da tentação ou do sofrimento. 

De análogo modo, um coração fervoroso é suscetível das mais nobres demonstrações de heroísmo perante a dor ou da mais alta reação contra o mal, patenteando manifesta incapacidade para aceitar os imperativos da perquirição ou dos requisitos do progresso. 

A Ciência investiga. 

A Religião crê. 

Se não é justo que a Ciência imponha diretrizes à Religião, incompatíveis com as suas necessidades do sentimento, não é razoável que a Religião obrigue a Ciência à adoção de normas inconciliáveis com as suas exigências do raciocínio. 

Equilíbrio ser-nos-á o clima de entendimento em todos os assuntos que se relacionem à Fé e à Cultura, ou estaremos sempre ameaçados pelo deserto da descrença ou pelo charco do fanatismo. 

Auxiliemo-nos mutuamente. 

Na sementeira da fé, aprendamos a ouvir com serenidade para falar com acerto. 

Diz o Apóstolo Paulo: "Acolhei o que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões". 

É que para chegar à cultura, filha do trabalho e da verdade, o homem é naturalmente compelido a indagar, examinar, experimentar, e teorizar, mas, para atingir a fé viva, filha da compreensão e do amor, é forçoso servir. 

E servir é fazer luz.


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